15 de janeiro de 2004

Fort Rin Tin Tin [ Trol ]

Marcos Guazzelli


Poucas informações existem sobre a história do Fort Rin Tin Tin. Muita confusão existe na memória das pessoas em relação a este produto.

De ressaltar que na história do oeste Americano jamais existiu um forte com o nome de Rin Tin Tin, sendo que o brinquedo recebeu esta denominação apenas para pegar carona no sucesso da famosa série de televisão. Nela, o tenente Rip Masters, o sargento Ohara, o cabo Boone, Rusty e Rin Tin Tin viviam suas aventuras, na verdade, no Forte Apache.

Ao longo das décadas de 60 e 70 os fortes produzidos pela Casablanca e pela Gulliver traziam as figuras do Cabo Rusty e do cachorro Rin Tin Tin (ambos da série de televisão). Desta forma, muitos adultos que tiveram o Forte Apache na infância (com a figura do Rin Tin Tin) imaginam ter tido o Fort Rin Tin Tin, assim como muitos pensam que o Fort Rin Tin Tin era produzido pela Gulliver.

O Fort Rin Tin Tin era produzido pela Trol. Afora a linha de brinquedos Playmobil, não tenho informação de que a Trol tenha produzido outros itens de velho oeste, além do Fort Rin Tin Tin.

A Trol não existe mais, o que torna mais difícil a obtenção de informações históricas sobre seus produtos. Na internet existem sites sobre a Trol, mas, pelo menos até onde consultei, não mencionam o Fort Rin Tin Tin.

O brinquedo foi produzido ao longo da década de 70. No início dos anos 80 ainda era possível encontra-lo em algumas lojas de Porto Alegre (onde residia à época). Não sei o ano exato do início de sua produção, mas, com certeza, é anterior a 1975. Tenho conhecimento da existência de duas séries do brinquedo.

Enquanto a Gulliver trocou o inglês “fort” pelo português “forte” em meados dos anos 70, a Trol manteve a denominação em inglês ao longo de toda a vida do produto. Também é interessante ressaltar que ao longo da década de 70 os palitos das paliçadas dos fortes da Gulliver passaram da posição vertical para a posição horizontal. Já o Fort Rin Tin Tin foi sempre produzido com os palitos na posição vertical.

O Fort Rin Tin Tin era produzido em dois tamanhos – pequeno e grande (que era denominado “super”).

Os conjuntos eram tradicionalmente compostos por:

- Quatro paliçadas de madeira;

- Uma casa quartel-general de madeira;

- Duas guaritas de madeira;

- Um mastro de madeira, com uma bandeira nas cores azul e branca, onde era escrito “13”. Interessante, pois na época da conquista do oeste o exército regular possuía apenas 10 regimentos de cavalaria (sendo o 9o e o 10o compostos exclusivamente por soldados negros – “buffalo soldiers”). O regimento fictício da série de TV também não era a 13a cavalaria;

- Conjunto de soldados, índios e cavalos;

- Rin Tin Tin;

- Escadas de plástico.

Um colecionador amigo nosso – Alan, de São Paulo – possui uma carroça de madeira que veio na caixa junto com um Fort Rin Tin Tin que adquiriu no Mappin nos anos 70. Felizardo, nos meus nunca veio tal preciosidade, portanto não incluí a carroça entre os itens “de série” listados acima.

O primeiro Fort Rin Tin Tin de que tenho notícia (anterior a 1975, portanto), é o que está na foto abaixo (as figuras que aparecem na foto são Gulliver, e devem ser ignoradas, pois não pertencem ao conjunto):


Neste modelo da primeira série é possível observar os seguintes detalhes, que não se repetiram na série seguinte:

- A madeira das paliçadas era vermelha;

- O nome – Fort Rin Tin Tin – era escrito em papel e colado sobre a madeira;

- As janelas das guaritas eram pequenas, posicionadas no centro das referidas guaritas.

Da segunda série, lançada na segunda metade da década de 70, possuo mais imagens. Abaixo a ilustração da caixa do modelo grande – super:


Embora a qualidade da foto não esteja muito boa, a ilustração é belíssima, de excelente qualidade, com as imagens de Rusty e Rin Tin Tin bem destacadas.

Abaixo, a foto do Super Fort Rin Tin Tin (a construção estranha no meio do forte é criação minha, e não compunha o conjunto):


De destacar, o seguinte:

- A madeira passou a ser da cor alaranjada;

- As janelas das guaritas passaram a ocupar toda a extensão da frente das guaritas;

- A inscrição com o nome do forte passou a ser pintada diretamente sobre a madeira,

A ilustração da caixa do modelo pequeno era esta:


A qualidade do desenho não é a mesma da caixa do modelo super, mas mantém em destaque as figuras de Rusty e Rin Tin Tin.

Um detalhe é interessante – o desenho do Rusty e do Rin Tin Tin imita figuras da Gulliver que jamais integraram o conjunto do Fort Rin Tin Tin. Por sua vez, as figuras da Gulliver foram baseadas em uma famosa foto da série de TV.

Abaixo a foto do modelo pequeno:


É possível notar na foto que a inscrição Fort Rin Tin Tin está um pouco borrada. Isto ocorre porquê, como mencionei acima, o nome era pintado diretamente sobre a madeira, e numa das vezes em que passei produto de proteção contra cupins não tomei o devido cuidado...

A tinta sai com facilidade.

Figuras que acompanhavam o brinquedo:

Todas as figuras eram modelos da Casablanca lançados nos anos 60, e utilizados pela Gulliver nos anos 70. Seria interessante se pudéssemos saber quais eram os acordos para que uma empresa utilizasse as mesmas figuras da outra, uma vez que eram concorrentes diretas (os produtos acabavam disputando os mesmos consumidores).

As únicas figuras do exército que acompanhavam o conjunto eram:

- Figura do Tenente Rip Masters da Casablanca;

- Figura do Cabo Rusty da Casablanca (com as mãos na cintura);

- Em alguns conjuntos – figura de oficial a cavalo, com a espada sobre a cabeça.

Afora esses, os demais componentes do exército eram cowboys da Casablanca, produzidos com predominância da cor azul (para que parecesse uniforme).

A figura do Rin Tin Tin que acompanhava este brinquedo era cópia do Capeto da Gulliver (cachorro do Fantasma).

Os índios eram figuras comuns da Casablanca, vindo em diversas posições.

Os cavalos dos índios eram cópias dos cavalos Casablanca. Já os cavalos dos soldados eram de um modelo bem magrinho, com sela de cor única (que na mesma época também aparecia em sets produzidos pela Viocema).

Bom amigos, eram essas as informações que eu tinha. Espero que tenham apreciado.

Até a próxima!

Fotos – arquivo pessoal.

10 de janeiro de 2004

Speed Racer [ Resaurus ]

Alê Nunes


Criado em 1967 no Japão por Tatsuo Yoshida para os quadrinhos (mangá) e mais tarde adaptado para televisão (anime), Speed Racer despertou a imaginação de milhares de crianças ao redor do mundo, com as corridas e aventuras do jovem Speed Racer pilotando seu carro, o fantástico Mach 5. 

Ao longo dos anos alguns brinquedos baseados neste seriado foram lançados, porém em 1999 a Resaurus (fabricante de brinquedos que já não existe mais) lançou uma linha de bonecos que mexeu com os fãs de Speed, pela sua fidelidade ao conceito original dos personagens.

A primeira série era composta dos seguintes bonecos:

Speed Racer

Pops Racer - Pai de Speed e criador do Mach 5

Trixie - A namorada de Speed

Capitão Terror - O vilão da primeira série

Os bonecos tinham poucas articulações (cabeça, braços, cintura e pernas), uma boa pintura e possuíam acessórios, como base para exposição, capacete, troféu, ferramentas, armas, etc.

A segunda série, lançada ainda em 1999 também tinha quatro bonecos, sendo um deles uma nova versão do Speed:

Grand Prix Speed Racer

Corredor X - O irmão desaparecido de Speed

Inspetor Detetive - Amigo da família Racer e policial

Assassino - O vilão da segunda série

Uma versão especial do Corredor X foi produzida. Tinha o uniforme prateado e tiragem de apenas 1000 unidades.


Todos os bonecos eram muitos bons, tinham vários acessórios, mas o desenho era sobre um piloto e suas corridas, então o item mais esperado dessa série foi o fabuloso carro de Speed, o Mach 5, que foi lançado em 2000.

A miniatura do Mach 5 trazia os acessórios que ajudavam o Speed a vencer as corridas e combater o mal: Serras, Macaco Hidráulico, Periscópio, Cobertura para o Cockpit e o Pombo Robô.




Ainda como bônus, mais duas figuras foram incluídas no conjunto do Mach 5: Gorducho (irmão mais novo do Speed) e o seu macaco Zequinha.


O sucesso parecia garantido e na Feria Internacional de Brinquedos de 2001 em Nova Iorque, a Resaurus apresentou em seu stand seus novos lançamentos:


Shooting Star - O carro do Corredor X

Nova versão do Mach 5 com rodas cromadas e o boneco do amigo mecânico Sparky

Bonecos de 12 polegadas do Speed e da Trixie

Infelizmente nesse mesmo ano a Resaurus faliu e nenhum desses itens foi lançado.

Tudo parecia perdido, mas no final de 2003, outra empresa de brinquedos, a Toynami, anunciou que daria continuidade a linha Speed Racer da Resaurus. Segundo as informações que apareceram na internet, a Toynami lançaria em 2004 reedições do Speed e do Mach 5 (com nova pintura) e o tão aguardado carro do Corredor X. 

Essa nova tentativa não vingou, e mais uma vez o Corredor X acabou a pé.

Novo conjunto do Mach 5 com Speed Racer da Toynami:



Protótipo do Shooting Star: