O Natal está próximo. Quem não se lembra daquele brinquedo tão desejado, algumas vezes ganhado e outras não?
Alguns amigos, que participam de nossa página do Facebook, resolveram compartilhar esses momentos. Leia essas histórias e relembre das suas.
Feliz Natal!
Carlos Alberto (Zerocal)
Meu brinquedo inesquecível eu conservo até hoje. Trata-se do Xerife do Velho Oeste, o primeiro Playmobil que ganhei. Não lembro a data ao certo (talvez 1977), mas guardo na memória o gesto carinhoso de meu pai ao me dar a caixinha azul, bem como os comentários de minha mãe ao me ver montando todas as pecinhas (armas, cadeira de balanço, chapéu). O tempo passou, mas fiz questão de manter vivas as lembranças de infância.
Agora adulto, coleciono Playmobil antigo, mas só aqueles fabricados pela Trol, preferencialmente na caixa original. Participo de exposições e atividades do Fórum PlayBrasilmobil, me inscrevo em fóruns internacionais e até montei um blog sobre o tema (www.playvender.blogspot.com). Ao longo dos anos, juntei pouco mais de 50 caixinhas, mas ainda exibo com o maior orgulho aquela que foi a primeira de todas: o Xerife do Velho Oeste.
Dionisio, o Necroevolutor
Era o ano de lançamento dos bonecos dos Comandos em Ação, lembro que apareceram em algumas lojas logo próximo do dia das crianças (acho que 1984), eram sensacionais, e totalmente diferente de tudo que já havia visto nas lojas... Articulações, acessórios, veículos!
Havia inaugurado uma loja de brinquedos e variedades bem ao lado da escola onde estudava, como todas as crianças, quando soava a sirene (por volta das 17 horas) a multidão se acumulava na pequena vitrine (que com tanta gente ficava menor ainda). Então, eis que eu, que já era um pouco maior que a maioria na época, vejo por cima das cabeças aquelas figuras, por um instante eu vi os tiros, as explosões (e vi mesmo, pois minha mente viajava e muito), então aguardei o final do tumulto e fui descobrir o que eram aqueles preciosos heróis.
Cabeça de Ponte, Raio Laser, Arma Pesada, Radio Alerta, Cobra Invasor... Comandos em Ação! Era um mini Falcon!
Depois do momento delírio, veio a realidade, e nunca que teria dinheiro para comprar aqueles bonequinhos (naquela época era um brinquedinho só de dia das crianças e olhe lá). Mas a solução viria no Natal. Nunca tivemos muitas condições, mas no final de ano, meu pai dava um jeitinho de comprar algo legal. Era um só, afinal éramos quatro irmãos!
Chegado o grande dia, eu já tinha uns 11 anos (eu sei já estava grandinho), meu pai me perguntou o que eu queria de natal, falei que havia gostado muito de uns bonequinhos e pedi três (se não fosse caro, claro). Talvez e devido ao meu porte avantajado, meu pai decidiu que eu deveria me dar uma bicicleta, “a magrela”. E por muita insistência ele me convenceu disso (embora ainda quisesse os três Comandos em Ação).
Natal, a festa Cristã, dia de presente e Papai Noel na casa da vó, a “primalhagem” toda reunida (primalhagem era um aglomerado de primos e primas...risos), Eis que o bom velhinho surge na janela, um fuá total na casa. Brinquedo vem, brinquedo vai, o Noel já conhecia de longa data, então chega a minha hora (vamos seguir os protocolos), e lá vem o presente! Esclarecendo que o Noel naquele ano era o meu pai, ele levanta de traz da janela a “magrela”, nada mais nada menos que a ”BMX Pantera Superstar com banco, pneus e espuminhas vermelhas”. Claro que a galera foi ao delírio. Meu pai, sempre com a melhor das intenções, e as lagrimas correram. Na madrugada mesmo, foram muitas voltas com a bicicleta, e no dia seguinte idem. Era o item mais desejado de 15 entre 10 crianças, e era meu. Então ficou claro que Papai Noel existe, não era uma pessoa especifica, mas um sentimento que toma algumas pessoas, e perpetua a lenda.
Depois de um tempo, as lagrimas correram novamente, por que sabia que meu pai havia gasto muito mais do que poderia e deveria, no fundo os três bonequinhos eram também uma forma de aliviar o peso dos presentes, pois também sabia que abaixo de mim haviam outros três irmãos. Na semana seguinte, sabendo o valor das coisas tive uma ideia, e se quiser algo tem que trabalhar para tê-la. Juntei sucata com uma mãozinha da minha avó, que tinha uma quantidade considerável. Tudo amontoado numa carriola velha, rumo a um ferro velho e até o fim da tarde lá estava eu indo para a loja de brinquedos, e saindo dela não com um, mas com quatro bonequinhos, Cabeça de Ponte, Raio Laser, Cobra Invasor e o Radio Alerta, que tinha barba e bigode como meu pai.
Final da historia? Dois anos depois eu me tornei o novo Papai Noel, e os bonequinhos estão comigo até hoje.
Felippe Ribeiro
Não sei exatamente em que ano foi, mas acredito que tenha sido no Natal de 88 ou de 89, aquela noite feliz mudaria minha vida pra sempre. Tudo começou com uma ida ao shopping Interlagos com a minha mãe, não tenho certeza qual foi à loja que eu entrei, só lembro que era uma das grandes redes de lojas de brinquedo na época, no entanto tenho a memória bem clara do momento que eu cheguei numa gôndola na sessão de Lego e me interessei muito por uma pequena nave espacial, mas na época eu nem tinha muita noção que teria que montá-la. Como estava próximo do Natal eu comecei a perturbar os meus pais com aquela navezinha. Meu pai disse que iria comprá-la pra mim de presente então eu provavelmente sosseguei um pouco. Quando chegou a noite do bom velhinho para minha total surpresa não compraram a nave que eu havia pedido, me deram uma quatro ou cinco vezes maior. Eu quase chorei quando vi a caixa e no momento que eu abri a vi aqueles vários bloquinhos ao invés da nave estampada na caixa fiquei ainda mais feliz por descobrir naquele momento que eu mesmo iria construí-la. Viajamos para a praia no dia seguinte, como era de costume, e no primeiro dia que chegamos essa foi minha missão, construir a tal nave. Terminei de madrugada e lembro claramente de levá-la ao lado da cama da minha mãe, acordar a coitada pra mostrar meu brinquedo preferido!
Hoje o Lego continua sendo meu brinquedo preferido, e graças ao meu melhor amigo, voltei a colecioná-lo.
Heloisa Ferreira
Ainda não tenho certeza de por que, mas quando penso no brinquedo que ganhei no Natal que mais me marcou só me vem a mente a Juju, minha primeira boneca da coleção Quem me Quer da Estrela.
Talvez tenha mais a ver comigo do que eu possa imaginar: como não desejar uma boneca com bracinhos e peito aberto, pedindo um abraço? Talvez, para a época, ela me desse um pouco de pena, por ter um nome de coleção meio apelativo (Cabbage Patch Kids, nome da série original na qual foi inspirada, também não ia ajudar muito). Mas hoje, ainda um pouco introspectiva e dona de duas bolinhas de pelos adotadas e absurdamente amadas, acho que faz mais sentido do que possa parecer.
Como de costume na casa da minha avó, naquele Natal o Papai Noel tocou a campainha um pouco antes da meia-noite. Como única criança da família (e já nerd), sabia que ao menos um pacote o bom velhinho sempre traria. Mas naquele ano foi especial. Todos os presentes estavam juntos, num saco enorme. E todos eram legais (ou ao menos foi assim que minha mente marcou a data). Do sapato fofinho de urso à blusa rosinha, tudo era bacana. Mas o presente mais esperado estava no maior embrulho. Lembro da minha felicidade em abrir a caixa branquinha, de tirar o pequeno catálogo em formato de coração com todas as outras bonecas da coleção e de ficar encantada com os cabelos de lã vermelhos da minha (então) nova companheira de aventuras.
Não larguei mais a boneca o restante da noite. Ela dormiu comigo e na manhã do dia 25 já estava com a família na mesa do almoço. No dia seguinte, quando as outras crianças do prédio se reuniam pra brincar, me lembro do síndico vindo nos perguntar o que tínhamos ganhado e o que faziam os brinquedos. “Ela não FAZ nada”, respondi, “mas quer abraçar todo mundo que gosta”, mostrei, fazendo os bracinhos fofos me embalarem. Nascia um amor incondicional, mesmo que eu nem soubesse o que era isso.
A criação de Xavier Roberts, datada de 1978, não encantou só a mim. A coleção é até hoje uma das mais longevas no mercado de brinquedos norte-americanos. Duas marcas registradas da versão original não faziam parte do modelo nacional: o umbigo no corpinho de espuma e a assinatura do criador no bumbum. Nem por isso as da Estrela eram menos adoráveis.
A Juju (desde sempre meus brinquedos têm nomes) está linda até hoje, na prateleira exatamente acima da minha bancada do computador. O sapatinho já não é mais branquinho e tenho certeza de que foi um moleque idiota do meu prédio quem riscou de leve uma das mãozinhas dela com caneta, mas os cuidados extremos com meus brinquedos valeu a pena. Hoje também, ela conta com mais dois amiguinhos: a Quem me Quer loirinha, comprada no Mercado Livre, e o menininho da coleção, que só consegui encontrar no Ebay.
Kenny Zukowski
O ano é 1984. Nas lojas de brinquedos, da então provinciana Vitória, já não se encontrava mais o maior herói de todos os tempos. Com isso, minha esperança de ter um Falcon já estava no esquecimento.
Mas eis que, no meio deste ano, a Estrela lança no mercado os Comandos em Ação. Mal pude acreditar no que eu via na televisão. Meu herói estava um pouco menor, sem o cabelo “de verdade”, mas as características físicas não me deixavam dúvidas, era o retorno do Falcon!
Passaram-se algumas semanas, desde que tinha visto o comercial dos Comandos em Ação na TV, até que pude ver algum ao vivo nas lojas. Neste meio tempo, ficava imaginando como seriam os bonecos, quais eu ia querer primeiro e, até mesmo, como seria a embalagem com instruções para preservar melhor o brinquedo. Tudo parecia um sonho, e a empolgação era cada vez maior juntamente com a expectativa de poder dar uma volta “na cidade” e passar na Mesbla ou Americanas (nesta época não havia shoppings em Vitória).
Mas para uma família de quatro irmãos, ter todos os brinquedos que gostaria nem sempre era possível. E com os Comandos escutei novamente uma resposta já bem conhecida: “Esse brinquedo é um pouco caro, agora teu pai e tua mãe não podem te dar um desses”.
Os meses se passaram, e chega o final de ano. Em minha casa, comemorávamos o natal, mas meus pais não tinham o costume de nos perguntar o que gostaríamos de ganhar. Só que este ano foi diferente. Acho que faltando uma semana para o natal, minha mãe me perguntou o que gostaria de ganhar naquele ano. E minha resposta, mais que depressa, foi: “Comandos em Ação”. Mas pela expressão que ela fez, percebi que seria muito improvável que meu pedido fosse atendido.
Chegou o natal. Fizemos nossa ceia, como de costume, sem grandes surpresas. Fui dormir sem muitas expectativas para o dia seguinte, a não ser ficar olhando da sacada do apartamento que morávamos, as crianças da rua brincar com seus novos presentes.
Na manhã de natal, com um pouco de preguiça, não queria sair logo da cama, mas minha mãe veio me chamar e queria todos reunidos na sala. Ao chegar à sala, minha surpresa ao ver uma pequena pilha de presentes em um canto.
Meu pai e minha mãe começaram a distribuição com meus irmãos mais velhos e eu fui por último, caçula tem dessas coisas. Na minha vez, lembro muito bem: havia seis pequenos pacotes, embrulhados com um papel de presente azul escuro. Ao recebê-los, eu mal podia acreditar ou imaginar o conteúdo. Abrindo o primeiro, para minha surpresa, eis que vejo uma cartela dos Comandos em Ação do Rádio Alerta, codinome Falcon! Enlouqueci com aquilo. Abri rapidamente ou outros quatro pacotes semelhantes, e eram mais Comandos: Cabeça de Ponte, Raio Laser, Arma Pesada e Inimigo!
Ao relembrar este natal, praticamente a mesma emoção que tive na época me envolve novamente. Foi um natal inesquecível, que guardo com carinho e gosto de relembrar sempre.
Ah sim, o outro pacote querem saber o que era? Minha mãe teve que me lembrar de abri-lo, pois eu já nem ligava mais para nada... era um short de nylon, e vermelho. (risos)
Leandro Couto Nascimento
Fica difícil escolher um brinquedo, pois tive uma infância tão cheia de alegrias e brinquedos da época que tive que escolher pelo menos dois:
Batmóvel Gulliver: Desde a primeira versão em 1974 até sua ultima já nos anos 80 foi o brinquedo que mais gostei e me marcou muito numa época encantada, pois assistia o seriado do Batman na TV se não me engano na TV Tupi, e ficava o dia todo fingindo e imitando as aventuras que via na TV. Este foi o principal motivo pelo qual me fixei tanto no Batman desde pequeno e me tornei um fã e colecionador do herói.
Falcon Escafandrista: Lembro que morava na Serra da Cantareira e não tinha vizinhos por perto para brincar. Então meus grandes amigos eram os meus Falcons, eu sentava com os oito ou nove e combinava os planos de guerra até que meus pais me deram o Escafandrista. Eu passava horas na beira da piscina brincando. Como o fundo tinha 3 metros eu amarrava um barbante no capacete dele para ele ir mais fundo. São momentos inesquecíveis de uma época em que nossa imaginação de criança nos levava a mundos espetaculares. É uma pena que quando crescemos perdemos este dom de fantasiar as coisas.
Wagner Corsino
Não me lembro o ano, más creio que foi no natal de 91 ou 92, eu pedi pra minha mãe, o carro do Jiraya, que era vermelho, pequeno e de fricção, aí quando chegou o natal, minha mãe veio com meu presente, e achei a caixa meio grande para o tamanho do carrinho. Quando abro, vejo o carro do Jiban, vermelho também, porém bem maior (risos).
Moral da história, minha mãe errou os heróis, mas nem liguei, por que o carro do Jiban era mais legal, e como eu já tinha o boneco, e ele cabia certinho dentro do carro, virou um presente inesquecível.
Não tenho foto da época que ganhei, mas ta aí, tenho até hoje!
Não tenho uma grande história de Natal, mas seguramente dois brinquedos foram inesquecíveis:
Playmobil Cavalaria – Segunda metade dos anos 70, época em que ainda acreditava em Papai Noel. Acordei no dia 25 e encontrei uma “enorme” caixa deixada pelo bom velhinho. Era a Cavalaria Playmobil, que definitivamente foi um marco na minha infância. Felizmente tenho esse conjunto até hoje.
Helicóptero do Falcon – Já era início dos anos 80, eu não acreditava mais em Papai Noel, mas as mães do prédio onde eu morava decidiram fazer uma festa para todas as crianças e eu resolvi participar. Um vizinho se fantasiou de Papai Noel e no dia 24 de dezembro entregou os presentes de toda molecada. A festa foi muito boa, pois ninguém ficou de fora, e o presente, praticamente o Santo Graal daquela época, o Helicóptero do Falcon.