14 de março de 2003

Saiba quais foram os modelos de cavalos utilizados pela Casablanca e Gulliver em seus conjuntos do velho oeste

José Carlos Lollo

As principais empresas que produziram cavalos nos anos 70 foram Casablanca e Gulliver. Abaixo, uma análise destes que fizeram a alegria da criançada na época, e dos colecionadores até hoje!


Figs. 1 e 2 – O mais comum dos modelos é este cavalo magro, sem base, e de pernas abertas, que acompanhava os conjuntos de Forte Apache desde o início. Com uma construção de certa forma pobre, ao ter suas patas esticadas, estas se mostram cada uma de um tamanho. Veja a foto de comparação com um cavalo da empresa Starlux, de melhor qualidade.

Nacional X Starlux

Este cavalo era produzido em versões para índios e caubóis, nas seguintes cores de plástico: preto, marrom, branco, cinza e rosa. O modelo em mescla marrom e preto é o mais raro. Raro também era o cavalo de caubói com textura de pelos, presente em várias épocas.

A melhor pista para datar os cavalos é a pintura. Os de índios, por exemplo, apresentavam, no início de sua produção, a sela em até quatro cores, depois três e duas. Os de caubóis também sofreram simplificação na pintura, com a cor prata utilizada quase sempre. A partir da segunda metade dos anos 70 tinta fosca começa a ser utilizada. Todos têm o casco pintado em prata ou preto.
Estes cavalos também eram utilizados em carroças de grandes conjuntos, como o conjunto "Caravana". Carroças avulsas e modelos antigos de carroça têm cavalos melhores, como os modelos 11 e 12, que serão abordados mais à frente.

Estes cavalos chegaram a ser copiados por outras marcas concorrentes, mais roliços e com menos detalhes de molde e pintura.


Fig 3 e 4 – O cavalo 3 foi produzido somente no período Casablanca, e unicamente na versão caubói. Um cavalo de boas proporções, mais realista. Foi fabricado em branco, preto e marrom. Apesar de ter sua base própria, às vezes partilhava a mesma base do modelo 4. Não chega a ser raro, mas é difícil de encontrar em bom estado.

As cores da pintura variam muito, mas serão sempre as cores básicas da Casablanca: amarelo, azul marinho, vermelho, prata e branco.

O cavalo 4, de índio, foi copiado da Elastolin, como pode ser visto na foto do catálogo desta, abaixo:

Página de catálogo Elastolin

Este cavalo é do início da época da Casablanca, mas frequentou conjuntos da Gulliver até a primeira metade da década de 70. Ele tem um problema de projeto que faz dele um cavalo raríssimo: o ponto de junção com a base está longe do centro de gravidade, o que faz com que o casco sofra uma forte tensão. Isto, somado à qualidade do plástico, deixou o cavalo muito frágil. Normalmente estes cavalos quebravam, o que faz de um desses em bom estado um item muito raro. As cores do Casablanca eram extremamente superiores às da Gulliver, com selas pintadas com manchas muito coloridas. A cor do plástico variava entre dois tipos de marrom, preto, branco e mesclado. A base dos cavalos Casablanca era em verde mesclado com marrom, e a da Gulliver um verde vivo.

Cada conjunto “Forte Apache”, “Caravana”, ou “Acampamento Índio” acompanhava pelo menos dois cavalos.




Figs. 5, 6, 7 e 16 - Estes eram os cavalos de luxo. São todos do período da Gulliver, pelo indicado nas bases.

Acompanhavam figuras individuais, vendidas em caixa pequenas. Os modelos 6, 7 e 16 têm a mesma escala, enquanto o 5 é ligeiramente menor, com um desenho de sela diferente dos outros de caubói. Note a semelhança entre o 5 e o 11. Uma curiosidade: O cavalo 6 era utilizado no set “Fantasma”, provavelmente representando seu cavalo “Herói”.

Existe mais um modelo de cavalo índio, produzido em plástico preto, marrom e branco, base em plástico marrom mesclado e pintura de baixa qualidade, difícil de achar em bom estado, como qualquer cavalo índio.



Figs. 8 e 9 - Cavalos do conjunto “Independência ou Morte”.

Estes modelos acompanhavam também outros conjuntos. E mesmo o conjunto “Independência ou Morte” continha outros modelos (6 e 16), mas foi neste conjunto que eles ficaram conhecidos. Eles utilizam sela típica da cavalaria, são imponentes e bem esculpidos. O modelo 9 tem um "cobertor" enrolado na parte de trás, e é também o único cavalo com base fixa. Ambos foram produzidos em preto, marrom e branco e pintados com economia.


Figs. 11 e 12 - Cavalos de carroça bastante comuns. São muito bem esculpidos, bem proporcionados e davam muito realismo para as carroças um tanto pobres da Casablanca e Gulliver. Os primeiros conjuntos "Caravana" continham estes cavalos, que depois foram trocados pelos modelos 1 e 2. Eles também acompanhavam a raríssima diligência Casablanca. São apenas estes dois modelos, mas na combinação das parelhas pareciam todos diferentes, em plástico preto, marrom e branco, sendo o marrom o mais comum. Cascos em prata, arreios em laranja e colar branco ou vermelho.

Alguns modelos mais antigos têm a crina e a cauda manchadas. As traves que os prendiam quebravam com grande facilidade, por isso é mais fácil encontrá-los avulsos. O cavalo era a única coisa que sobrava da carroça e como ninguém brincava com eles depois da trava quebrar, sempre sobrava um dentro da caixa. Não são raros, mas encontra-los presos na trave é muito difícil.


Figs. 13 e 14 - Estas figuras caricatas fazem parte de um conjunto de curtíssima duração lançado por volta de 73, “Os Brincalhões do Forte Apache”, um lançamento único da Gulliver, vendido em caixa com um minúsculo forte e poucas figuras. Chegaram a ser vendidas figuras a granel em grandes magazines. Os cavalos são engraçados, com personalidade. O padrão de plástico é o mesmo da Gulliver e, infelizmente, o padrão pobre de pintura também. Alguns caubóis não conseguiam "montar" apesar da cinturinha do cavalo.


Fig 15. É o cavalo do conjunto “Batalha do Tuiuti”. Cópia simplificada de um modelo da empresa Timpo, é o menor dos cavalos da Casablanca, e visto somente no conjunto “Guerra do Paraguai”. Como toda figura deste conjunto, este cavalo é raro.